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Resenha: Eleanor & Park - Rainbow Rowell


Eleanor, 16 anos, é a filha mais velha de uma família problemática. A mãe é casada com um homem alcoólatra, que chegou a expulsar Eleanor de casa e deixou-a morando com vizinhos por muito tempo. Quando ela retorna, vive uma vida miserável junto com a mãe e os irmãos, cercada pelo medo desse homem. O pai, por sua vez, também tem outra família, que vive muito confortavelmente, mas não tem interesse em Eleanor e nos irmãos.

Park, 16 anos, é descendente de coreanos, tem uma família muito equilibrada e leva uma vida muito confortável.
  
Ao pegar o escolar todos os dias, Eleanor acaba se sentando ao lado de Park. Eleanor é gordinha e ruiva, e tem um estilo muito próprio. Em parte porque gosta de ser assim, em parte por falta de condições mesmo. Park também tem o seu estilo, só se veste de preto, e faz a viagem todos os dias lendo revistinhas em quadrinhos ou ouvindo música.

“A garota, a aluna nova, respirou fundo e foi seguindo pelo corredor. Ninguém nem a olhava. Park tentou fazer o mesmo, mas era uma situação do tipo desastre de tem, ou eclipse: você simplesmente tem de olhar.
A menina tinha a aparência exata do tipo de pessoa com o qual isso costuma aparecer. Não só por ser uma pessoa nova ali, mas por ser grande e esquisita. Com cabelo bagunçado, bem ruivo, além de cacheado. E se vestia como se... como se quisesse que as pessoas ficassem olhando. Como se não sacasse que estava um desastre completo. Usava camisa xadrez masculina, meia dúzia de colares estranhos pendurados em volta do pescoço e lenços amarrados nos pulsos.”

“Parecia errado sentar-se ao lado de uma pessoa todos os dias e não conversar com ela. Ainda que fosse esquisita (nossa, vocês precisavam vê-la naquele dia. Estava vestida feito uma árvore de Natal, com um monte de treco pregado nas roupas, uns retalhos de tecido, um laço... Tão esquisito). Park mal podia esperar para sair do ônibus e ir para longe dela, longe de todo mundo.”

O constrangimento inicial de ter uma menina estranha sentada ao seu lado todos os dias se transforma em amizade quando Park percebe o interesse de Eleanor pelas revistinhas e passa a compartilhar a leitura com ela durante o trajeto para a escola. Logo, ele está emprestando suas revistas e gravando fitas de músicas para ela.

“Ela andava lendo o gibi dele.
Primeiro Park pensara que estivera imaginando coisas. Tinha sempre a sensação de que ela estava olhando para ele, mas, sempre que a olhava, ela estava olhando para baixo. 
Finalmente, percebeu que ela estava olhando para o colo dele. (...) Olhava para o gibi, e dava até para ver os olhos dela movendo-se. (...)
Park não disse nada. Somente abriu mais o gibi e foi virando as páginas mais lentamente.”


É uma leitura um pouco depressiva. Eleanor & Park retrata vários problemas sociais e por um bom tempo eu não sabia dizer se estava gostando do livro. 

Casal diferente, que num primeiro momento não causa simpatia. Eles se envolvem de modo velado e tem um jeito estranho de expressar sentimentos. Inicialmente Park se refere a Eleanor de maneira muito depreciativa, que não é legal, mas depois ele percebe que as características físicas dela, tão diferentes, é exatamente o que a torna especial. 

Eles vivem em condições de vida totalmente opostas e Park e a sua família logo tomam consciência dos problemas de Eleanor e irão tentar ajudá-la com pequenas atitudes, tentando amenizar o sofrimento da garota.

Por ser um livro muito comentado, você acaba esperando demais do livro. Embora haja várias questões que possamos pensar, não foi uma leitura muito agradável para mim. A autora tem uma escrita fácil, mas não me prendia muito. 

Eu gostei de Eleanor & Park, certamente é uma leitura muito válida, que te faz pensar quantas pessoas devem viver sob as mesmas condições que Eleanor e, inversamente, quantas tem uma vida tão confortável e equilibrada como a família de Park. Mas, o simples fato de o livro envolver problemas sociais não o torna bom.  Para mim, o nó na garganta só veio mesmo bem no finalzinho, nas últimas páginas, quando você se pergunta: Por que que tem que ser assim? Foram as últimas páginas que fizeram o livro valer a pena. 

As páginas são amareladas; a fonte, a margem e o espaçamento são OK, tranquilo para ler. A capa é linda, né?

Nota: 4/5 (Ótimo)

Editora: Novo Século
Tradução: Caio Pereira
Páginas: 327
Ano: 2014

E aí, você já leu? Poste aqui seu comentário.

Até mais! Fabi

11 novembro 2014
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