Resenha: O Fim da Eternidade - Isaac Asimov
O Fim da Eternidade, de Isaac Asimov, é um ótimo livro para os fãs de ficção científica, aventura, e que não abrem mão de um grande mistério. O livro faz parte de uma série de ficção publicada no Brasil pela Editora Aleph (256 páginas) e chega à sua 4ª impressão. Escrito em 1955, é o primeiro livro a aventurar-se por um mundo onde viagens no tempo são possíveis. Asimov é pioneiro no mundo da ficção, considerado por muitos como o melhor autor de ficção científica, superando inclusive J. R. R. Tolkien, autor de livros renomados como O Senhor dos Anéis e O Hobbit.
Asimov (1920 - 1992) nasceu em Petróvichi, na atual Rússia. Pertencente a uma família judia, devido à 2ª Guerra Mundial, mudou-se para Nova York, onde faleceu aos 72 anos. Formou-se em Bioquímica pela Universidade de Columbia, tornando-se professor, além de historiador, novelista e humorista. Deixou várias obras, as quais muitas influenciam hoje em dia diversos livros e filmes. Seus livros são interessantes pela complexidade de seus universos. A cada livro e conto, Asimov foi capaz de criar histórias com novos mundos, novos personagens e novas tecnologias, sempre a frente de seu tempo.
Em uma das viagens no tempo mencionadas acima, encontramos Andrew Harlan, o nosso protagonista. Harlan é um Eterno, seu trabalho é fazer mudanças no espaço-tempo, com o objetivo de reverter avarias no nosso mundo. As mudanças se comportam como ‘efeito borboleta’, capazes de mudar personalidades ou a existência de milhares de pessoas.
Os Eternos moram e trabalham na Eternidade, estação localizada em algum lugar fora da realidade. Ela é separada em séculos, onde os Eternos de cada “departamento” são responsáveis pela segurança do século que representam. Morar na Eternidade não previne o envelhecimento, mas garante proteção contra as mudanças feitas pelos Técnicos (agentes que executam as mudanças, por exemplo, Andrew Harlan).
Os Eternos são separados em diversas funções, e comportam-se como uma pequena sociedade. São encontrados engenheiros, físicos quânticos, astrofísicos e até sociólogos. Em vários pontos do livro, é necessário esquecer-se de seus conhecimentos de exatas, para entrar em uma grande discussão sociológica.
É interessante como existe uma evolução entre os séculos. A Eternidade começa no século 24, século que se inventou a viagem no tempo e segue um curso infinito. O período anterior a esta data se chama Primitivo e os Técnicos são proibidos de agir neste.
Cada século tem sua característica marcante, seja ela: material, social ou tecnológica; o que é bastante impressionante. Encontramos séculos que não são feitos matéria, e sim energia. Encontramos séculos onde celulose e madeira são elementos extintos e despertam a curiosidade dos que veem. Assim como encontramos séculos onde era moda tirar todos os pelos do corpo.
A história do livro gira em torno de Andrew, um Eterno, e Nöys, uma Tempista do século 482. A relação entre Eternos e Tempistas é extremamente proibida, já que a existência da Eternidade é apenas uma lenda para o mundo real. Sem spoilers significativos, posso dizer que os dois se apaixonam; e mesmo com todos os riscos, decidem viver uma paixão proibida, expondo em risco, inclusive, o fim da Eternidade.
Infelizmente, vejo um enredo fraco; um contexto com grande potencial, mas muito comum. O grande atrativo, além de todo o universo pensado e criado por Asimov, é o desenrolar da história. A maneira que o autor conduz os mistérios e os revelam, as ligações com fatos históricos reais e a mistura entre fantasia, tecnologia e realidade, são pontos muito bem trabalhos durante todo o livro.
Falando um pouco mais dos personagens, por mais que o enredo se volte para Andrew e Nöys, temos personagens que fazem constantes reviravoltas na história, que nos causam constantes momentos de raiva e surpresa. Todos os personagens sofrem evoluções durante o livro, alguns que parecem ser irrelevantes, nos conduzem a um final ÉPICO! SURPREENDENTE! E totalmente fora do contexto.
Vemos que o ser humano continua o ser mais racional da Terra, mas o mesmo irracional, que se deixa levar por emoções e desejos, e isto é bem enfatizado em suas histórias. Uma pequena ação humana pode mudar todo o curso da história.
Um livro de fácil leitura. Por mais que se trate de assuntos complexos, como astronomia e física quântica, qualquer leigo pode ler e se emocionar. Isto se deve ao foco romântico que o livro recebeu.
“Este é o fim da Eternidade, e o começo da Infinitividade...”
Espero que esta crítica os tenha instigado a procurar e ler o livro. Sou suspeito para falar, pois amo este livro e o indico a todos meus amigos. Incentivou-me a leitura e, hoje sou um amante de livros e ficção científica, além de um grande fã deste grande escritor que é Isaac Asimov.
Se você já leu a obra, por favor, deixe nos comentários sua opinião; ela é de grande ajuda para continuarmos melhorando nossos textos, além de incentivo para trazermos novos livros.
José Barbosa
29 dezembro 2014
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